Uma breve história das esquadrias de alumínio no Brasil
- Renan Orenga
- 3 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Em filmes de época podemos observar que as casas em geral tinham esquadrias feitas em madeira e nos edifícios comerciais normalmente o aço era o material empregado. Somente a partir dos anos 20 do século passado é que surgiram as primeiras unidades em alumínio produzidas pela ALCOA nos Estados Unidos. Elas foram principalmente desenvolvidas para edifícios, entre eles o EMPIRE STATE em Nova Iorque.

Após a Segunda Guerra Mundial, os perfis extrudados começaram a ser utilizados em grande escala para residências e em pouco tempo já tinham ultrapassado as esquadrias de aço. No Brasil elas começaram a ser produzidas nessa mesma época, porém eram fabricadas a partir de perfis provenientes do dobramento de chapas, mesma maneira que ainda hoje são produzidas as esquadrias de aço.
Os anos 60 chegaram e com a construção de Brasília, a fabricação de esquadrias teve grande impulso. Nesse período também foi instalada a primeira prensa de extrusão no Brasil, da empresa AISA e desenvolvida a primeira “linha” para fabricação de esquadrias, a linha 28 que ainda é muito utilizada no estado do Rio de Janeiro.
Por volta de 1968, a AISA, que anos depois foi adquirida pela americana ALCOA, lançou as linhas 25 e 30 revolucionando o mercado, antes dominado por grandes fabricantes que tinham suas próprias linhas. Nessa época, para ampliar o uso do alumínio era necessário convencer os serralheiros de aço e marceneiros a trabalhar também com o alumínio, e foi o que aconteceu com muitos deles, que viram no alumínio o futuro para o setor de esquadrias.

Os anos 70 são de grande turbulência e evolução do setor de esquadrias com a consolidação dos produtores ALCAN e CBA, além da AISA. O processo de desenvolvimento era contínuo e com a criação da linha 42 já existiam 4 linhas comercialmente disponíveis no mercado, que nessa época contava com revendedores espalhados pela maioria das capitais brasileiras.
Nesse período também se iniciou o conceito das janelas padronizadas, desenvolvido pela empresa RYVAL, grande fabricante da época, e que veio a ser popularizado pelas empresas que vieram anos depois como JAP e EBEL. O desenvolvimento dos componentes também foi impulsionado a partir do surgimento da UDINESE, fundada em 1966 e que foi a grande pioneira na fabricação desses produtos.
Na década de 80 e início dos anos 90 surgiram os primeiros estampos importados e sistemas , que traziam um pacote completo, com componentes, ferramentas de usinagem, projeto e métodos de produção das esquadrias, onde o objetivo fundamental era ter um produto de melhor qualidade produzido de forma mais prática, rápida e a um custo mais baixo.
Um dos primeiros sistemas, que ainda está no mercado, é o Módulo Prático criado pela ALCOA no início dos anos 80, marcando sua entrada no mercado assim que adquiriu a extrusora AISA.
Já no início dos anos 90 foi criada a linha SUPREMA, talvez a mais utilizada ainda nos dias de hoje, que chegou para de fato dar caráter industrial à fabricação de esquadrias em alumínio. A seguir foi desenvolvida a linha GOLD, com a característica de agregar design e sofisticação ao produto. Além disso, a linha GOLD permite a utilização de peças em dimensões maiores por utilizar bitola de 32 mm enquanto a SUPREMA tem 25 mm.
No final da década de 90 mais precisamente em 1997 foi lançada a linha INTEGRADA que confere melhor controle de luminosidade, acústica e ventilação, proporcionando maior conforto ao consumidor final.
De lá para os dias atuais muito se desenvolveu em sistemas ainda mais qualificados, sistemas de fachadas e outras tantas possibilidades de emprego de perfis de alumínio. O mercado evolui dia a dia e o foco, a nosso ver, é a qualificação e conscientização dos profissionais de serralheria quanto à observação das normas técnicas e da legislação.
Nós da ASAP estamos aqui para ajudá-los nesse processo entregando produtos de qualidade e buscando novos produtos e serviços para facilitar a vida do serralheiro e possibilitar maior rentabilidade.
Luiz Cláudio Orenga
Diretor Comercial na ASAP Alumínio
Diretor Executivo na Aliança Anodização e Pintura Elestrostática
Engenheiro Metalurgista e mais de 30 anos de experiência no segmento de alumínio
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